Servo ou Senhor?

Para a maioria das pessoas lidar com o dinheiro significa gastar menos do que ganha, mas poucos tem feito a lição de casa. O dinheiro em si não é um mal, o que determina se ele será bom ou ruim é a nossa atitude em relação a ele. Não conheço a autoria, mas há uma frase muito sábia que diz “O dinheiro é um excelente servo, mas um péssimo patrão”. A situação parece ser simples na teoria, no entanto, os números indicam que a realidade é outra história.

O Ipea(Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) divulgou em agosto deste ano uma pesquisa realizada em 3,8 mil domicílios entrevistados e destes, 43,8% admitem ter dívidas. Embora a inadimplência tenha diminuído, o estudo do professor de Varejo da Fundação Getulio Vargas, Daniel Plá, publicado no Correio Braziliense mostra que nos últimos cinco anos o endividamento dos brasileiros está crescendo num ritmo de 20% ao ano. Será a taxa de desemprego? Felizmente não. O índice caiu para 5,8% em maio, conforme informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na segunda quinzena de agosto.

Aliás o crescimento da classe C propiciou o aumento do uso do cartão de crédito entre essa faixa da população. A Abecs(Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) analisou o perfil da população brasileira nas principais capitais das cinco regiões do país sobre os meios eletrônicos de pagamento, em outras palavras, o perfil dos usuários de cartões de crédito, débito e de loja. O principal público do meio eletrônico é mais jovem, com maior escolaridade, economicamente mais favorecido e tem maior participação no mercado formal de trabalho. Teoricamente um público mais esclarecido, enquanto 58% da população prefere trabalhar com dinheiro(esse público é predominantemente mais idoso e com menos escolaridade) justificando que é melhor para o controle dos gastos. 

Simplificando o cenário: a quantidade de empregos é excelente. A população é bem intencionada e prefere manter o controle de seus gastos utilizando o dinheiro ao invés de cartões. No entanto, boas intenções e aparente controle ainda mantém os índices de inadimplência altos e os níveis de endividamento em crescimento.

Estamos diante de um dilema: não sabemos como gastar nosso rico dinheirinho... E admitir a realidade é um dos passos mais importantes, o próximo é buscar ajuda. Nossos antepassados já diziam que conhecimento ninguém nos rouba. Acredito que uma das soluções seja incluir a educação financeira desde os primeiros anos escolares, aliada à prática diária e exemplo dos pais nas finanças da casa. No entanto, não precisamos aguardar que o currículo escolar mude para agirmos. Podemos buscar o conhecimento de que precisamos para começar a mudar a história e a cultura de como gastar nosso dinheiro aqui no Brasil. Abaixo seguem sugestões de sites conceituados nesse tema:

http://www.abecs.org.br/site2012/ - Um site bem interessante para se situar sobre cartões de crédito. Nele pode-se encontrar várias dicas sobre utilização do cartão, tirar dúvidas, fazer simulação de gastos...

http://educacaofinanceira.com.br/index.php - Se o objetivo é ensinar os filhos, independente da idade, existe é o lugar. Com conteúdo destinado para as crianças, adolescentes, jovens e até os pais.

http://www.maisdinheiro.com.br/ - Este é o site do autor best seller Gustavo Cerbasi. Muito conhecido por suas conquistas financeiras ainda muito jovem.

Diga não às dívidas. Afinal, ter a conta no verde é um estilo de vida!

Por: Maria Alice Tornesi Sosinski